terça-feira, 2 de julho de 2013

PROTOCOLO – DETERMINAÇÃO DE FOSFATO P2O5

1. APLICAÇÃO
Produtos ou subprodutos de origem animal, vegetal e mineral, rações e concentrados com teores de fósforo < 2%. Importante ver anexo, limpeza de vidraria antes de iniciar a análise.
2. PRINCÍPIO
Fundamenta-se na reação de Misson. A partir de uma reação em meio ácido do ortofosfato com solução de vanadato mais molibdato de amônio, forma-se um complexo de coloração amarela, que é medida colorimetricamente.
3. REAGENTES E SOLUÇÕES
§  Ácido nítrico (HNO3) P.A.;
§  Solução de ácido clorídrico (1:3): 100 mL HCl + 300 mL água destilada;
§  Solução estoque de fosfato: 0,9587g de fosfato ácido de potássio (seco a 105°C) diluído em água destilada em balão volumétrico de 500 ml;
§  Solução padrão de fosfato: 50 ml de solução estoque de fosfato, água até completar 250 ml em balão volumétrico (1 ml SP = 0,2 mg de P2O5);
§  Solução de vanado-molibdato de amônio: 20 g de molibdato de amônio ((NH4)6Mo7O27.4H2O), 1 g de vanadato de amônio (NH4VO3), 140 mL de ácido nítrico concentrado. Procedimento: dissolver o molibdato e o vanadato separadamente em cerca de 150 ml de água quente. Filtrar para dentro de um balão volumétrico de 1000 mL, adicionar ácido nítrico e depois aferir o volume com água destilada (validade de até 3 meses).
4. PROCEDIMENTOS
4.1 Fluxograma
Pesar os cadinhos de porcelana devidamente numerados (com grafite forte)
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Incinerar em forno mufla a 550°C -30 min
Esfriar em dissecador e pesar
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Pesar exatamente 5 g de amostra no cadinho
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Incinerar em forno mufla a 550°C por 3 horas (ou até obter cinzas brancas)
Esfriar em dissecador
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Dissolver as cinzas em béquer de 500 ml
com 40 ml de HCl (1:3) e 12 gotas de HNO3
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Lavar o cadinho com água destilada
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Levar a ebulição, deixar esfriar, transferir para balão volumétrico de 250 ml, completar o volume com água destilada
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Retirar uma alíquota de 10 ml (pipeta volumétrica)
verter para balão volumétrico de 100 ml - espere 10 min
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Faça a leitura a 420 nm
4.2 Etapas
§  Pesar os cadinhos de porcelana devidamente numerados (com grafite forte);
§  Incinerar em forno mufla a 550°C por 30 min;
§  Esfriar em dissecador e pesar;
§  Pesar exatamente 5 g de amostra no cadinho;
§  Incinerar em forno mufla a 550°C por 3 horas (ou até obter cinzas brancas);
§  Esfriar em dissecador;
§  Dissolver as cinzas em béquer de 500 ml com 40 ml de HCl (1:3) e 12 gotas de HNO3;
§  Lavar o cadinho com água destilada;
§  Levar a ebulição, deixar esfriar, transferir para balão volumétrico de 250 ml, completar o volume com água destilada;
§  Retirar uma alíquota de 10 ml (pipeta volumétrica) e verter para balão volumétrico de 100 ml - espere 10 min
§  Faça a leitura a 420 nm
5. CÁLCULOS
§  Curva Padrão: em uma série de balões de 100 ml, meça volumes de solução padrão de P2O5 contendo 25 ml do reagente vanado-molibdato de amônio a cada balão.
§  Completar o volume com água desmineralizada.
§  A temperatura da água mais reagente deve ser de 20°C.
§  Homogeneize e espere 10 min.
§  Faça a leitura a 420 nm.
§  Faça um branco com 25 ml de vanadato-mobilidato de amônio em balão de 100 ml e ajustar o espectrofotômetro.

Tabela 1. Procedimento para obtenção da curva padrão de fosfato
Balão
Volume
Solução Padrão P2O5
[P2O5]
ABS1
ABS2
ABS3
ABSmédio
00
0
0




01
1
0,2 mg




02
2
0,4 mg




03
3
0,6 mg




04
4
0,8 mg




05
5
1,0 mg




06
6
1,2 mg




07
7
1,4 mg




08
8
1,6 mg




09
9
1,8 mg




10
10
2,0 mg





Após a leitura no espectrofotômetro, monta-se o gráfico de dispersão, onde os pontos em cada concentração correspondem a média de cada componente. Aplica-se, então, regressão linear, sendo que a fórmula y = ax + b serve para determinar a concentração de P2O5, onde y é o valor da absorbância e x é a concentração a ser determinada. O R2 avalia a variação dos resultados obtidos na curva. Quanto menor a variação, o resultado de R2 estará mais próximo de 1 (resultado ideal), que pode ser alcançado se a variação for uniforme. Sendo assim, quanto mais próximo de 1, mais precisas serão as determinações do teor de fosfato (P2O5).
§  Exemplo:

Com 2,0128 g de amostra
Absorbância = 0,64

0,64 = 2,2 mg P2O5 (curva padrão)
2,0128 g à 250 ml                                na curva padrão
         X g à   10 ml                               à X = 0,0805 g

0,0805 g  à2,2 mg P2O5
    100 g  à  Y mg P2O5

Y = 2732,9 mg ou 2,73 g % P2O5

O resultado é dado em fósforo:

P2O5                           -------- 2 P
141,96 g                     --------  61,96 g
2,73 g%                      --------  Q è Q = 1,19 g% em P

6. LIMPEZA DE VIDRARIA

Esta instrução tem por objetivo orientar a limpeza de vidraria para análise de Ca e P quando em baixa concentração (< 1%). Para evitar contaminação proveniente de soluções de limpeza tipo sulfocrômica, detergentes (mesmo especiais para laboratório) e sabão, apenas ácido nítrico é utilizado na limpeza de material.

Procedimento:

§  O material destinado a análise por via úmida deve ficar em contato com solução de ácido nítrico 2% v/v por um período mínimo de 6 h.
§  Esta solução deve ser preparada com água deionizada ou bidestilada e ácido nítrico comercial.
§  A solução assim preparada pode ser reutilizada apenas por mais uma vez, sendo depois descartada segundo as normas da empresa;
§  Após o contato com o ácido nítrico, os materiais devem ser enxaguados com água em abundância, em seguida no mínimo 3 vezes com água deionizada ou bidestilada;
§  As pipetas devem ser enxaguadas com água de torneira antes de serem colocadas no lavador de pipetas, onde devem ficar imersas em solução 5% v/v de ácido nítrico em água deionizada ou bidestilada por um período de 16 h (durante a noite).
§  Após esse período, o tubo interno do lavador que contém as pipetas é transferido para dispositivo de enxágue, onde deverá ficar por um período mínimo de 2 h.
§  Finalmente, as pipetas devem ser enxaguadas com água deionizada ou bidestilada e colocada para escorrer, o tempo mínimo para secar (cobrir com plástico, se necessário, para evitar deposição de poeira).

Obs.: Para retirar a marcação do material (identificação da amostra, via, número, etc.) usar álcool, e não abrasivos tipo esponja metálica ou saponáceo.
7. BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal (LANARA). Métodos analíticos oficiais para controle de produtos de origem animal e seus ingredientes. II. Métodos Físico Químicos. Brasília. 1981.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, 1ª Versão Digital. São Paulo: IAL, 2008.
TERRA, N.N.; BRUM, M.A.R. Carnes e seus derivados. Técnicas de controle de qualidade. São Paulo: Nobel, 120 p., 1998.

- Laboratório de Tecnologia e Controle de Qualidade do Pescado - LAPESC - (Disponibilizado pelo professor Alex Augusto)-

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